As novelas nas ondas do rádio


A primeira transmissão de rádio no Brasil foi ao ar em 7 de setembro de 1922, porém, o veículo demorou a se tornar popular, em razão do preço do aparelho e a demora na implantação de retransmissoras. Quando as dificuldades físicas foram superadas, a forma encontrada para popularizar sua programação foi lançar mão do mesmo recurso que os jornais, quando da invenção da imprensa escrita: a narrativa folhetinesca.


Nasceram, assim, as primeiras transmissões de radionovelas no Brasil, fruto da dramatização de tramas literários.

Radionovela é uma narrativa folhetinesca sonora, nascida da dramatização do gênero literário novela, produzida e divulgada em rádio. Na era de ouro do rádio, as radionovelas foram fundamentais para que a história do rádio brasileiro se configurasse. Elas estimularam a imaginação dos ouvintes (fundamentalmente mulheres, as senhoras e senhoritas que acompanhavam o enredo) e projetaram uma série de radio-atores que, posteriormente, migraram para a televisão. Fez enorme sucesso no início do século XX, numa era pré-televisiva.
Em 12 de julho de 1941, às 10h30, teve início 

Em busca da felicidade, original cubano de Leandro Blanco com adaptação de Gilberto Martins e primeira radionovela transmitida no país, através da Rádio Nacional do Rio de Janeiro. A obra mexicana foi escrita por Leandro Blanco, com adaptação de Gilberto Martins. Seus capítulos ficaram no ar por aproximadamente três anos.
Paulo Gracindo, Isis de Oliveira e Félix Gagné:
atores e autor de O Direito de Nascer. Foto: Divulgação.

As adaptações de tramas internacionais perdurariam por anos, sobretudo das cubanas. Aliás, o maior sucesso em radionovela de todos os tempos foi O Direito de Nascer (1951), do cubano Félix Caignet, que ficou três anos no ar e que chegou a ser chamada popularmente de "O Direito de Encher". Também são consideradas pioneiras as radionovelas “Fatalidade”, escrita por Oduvaldo Vianna e a radionovela "Mulheres de Bronze", baseada num folhetim francês.


Entre os brasileiros pioneiros na radiodramaturgia, estão Oduvaldo Vianna, Amaral Gurgel e Gilberto Martins. Em seguida, vieram os autores Dias Gomes, Mário Lago, Mário Brazzini, Edgar G. Alves, Alfredo Palacios, Janete Clair e Ivani Ribeiro. Muitos deles, inclusive, se imortalizaram escrevendo para outro gênero, a telenovela.


Alfredo de Freitas Dias Gomes, o Dias Gomes (1922-199).
Umas das radionovelas nacionais de maior sucesso foi Jerônimo, o Herói do Sertão, criada por Moysés Weltman, em 1953. A trama foi, posteriormente, adaptada várias vezes para a televisão. No rádio Jerônimo viveu suas aventuras em 96 radionovelas transmitidas em todo o território nacional.

Jerônimo, o Herói do Sertão 

Foi uma radionovela brasileira de bastante sucesso e que recebeu adaptações para a televisão, cinema e histórias em quadrinhos,  criada em 1953 por Moysés Weltman para a Rádio Nacional, bastante influenciada pelo faroeste americano2 , a radionovela ficou 14 anos no ar.
  • Em 1972, Jerônimo é adaptado para a televisão pela TV Tupi. O protagonista foi interpretado por Francisco di Franco, o comediante Canarinho era o Moleque Saci e Eva Christian, Aninha.
  • Em 1984, Jerônimo ganhou um remake do SBT. Francisco di Franco interpretou novamente o herói e a atriz Suzy Camacho interpretou Aninha.
  • Em 1972, a radionovela foi adaptada para o cinema, nesse filme Jerônimo foi interpretado por Adolpho Chadler (que além de atuar foi diretor e produtor do filme).
  • No final da década de 1970, uma nova revista foi publicada pela Bloch Editores, foram públicadas apenas 3 edições, novamente desenhada por Rodrigues.
Jacyra Domingues, Nelly Amaral e Milton Rangel:
ensaiam Jerônimo, O Herói do Sertão. Foto: Divulgação.

Adaptação para o cinema (1972). Foto: Divulgaçãoção.


Adaptação para os quadrinhos. Foto: Google.

Decadência das radionovelas no Brasil



O custo da produção das radionovelas era muito alto e com o crescimento da televisão, ocorreu um fenômeno de migração da verba publicitária para o novo veículo. Isso explica, em grande parte, o abandono do gênero radionovela pelo rádio. Ao longo da década de 1960, algumas emissoras ainda mantinham alguns horários de radionovelas ou de programas de rádio-teatro. Mas na década de 1970 o gênero desapareceu, apesar de algumas tentativas isoladas de reativá-lo.

 E com isso a radionovela foi se adaptando à nova era das televisões. Todas as radionovelas foram refeitas para as telenovelas. Na década de 70 praticamente não existiam mais radionovelas, só nas cidades do sul, mas ao poucos foram saíndo do ar, por causa das adaptações à televisão.

Fonte:
Refrências:
http://aeradoradioteatro.blogspot.com.br/2011_08_01_archive.html

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